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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Seca afeta 500 mil pessoas na área rural


Seca afeta 500 mil pessoas na área rural
Um total de 139 cidades decretou estado de emergência. Em Luís Gomes e Antônio Martins a situação é crítica



Agricultor recolhe água no município de Riachuelo: falta de estrutura hídrica. Foto: Eduardo Maia/DN/D.A Press
A falta de chuvas em parte da Região Nordeste já obrigou 139 cidades do Rio Grande do Norte a decretar situação de emergência, afetando, somente nas zonas rurais, a mais de 500 mil pessoas. Em alguns municípios do sertão potiguar, como Luís Gomes e Antônio Martins, apontados pelo governo estadual como dois exemplos de situação crítica, a estiagem já obriga muitas pessoas a percorrer longas distâncias em busca de água. O percurso, na maioria dos casos, é feito a pé, sob sol forte.


Moradores de várias localidades do Semiárido dependem de carros-pipa contratados pelo Exército para ter água potável, usada para beber e cozinhar. É o caso da zona rural de Lajes, cidade da região central, a cerca de 120 quilômetros da capital, Natal. Segundo o secretário de Comunicação e coordenador da Defesa Civil Municipal, Pedro Joventino Alves, a situação no município é caótica e já há quem preveja que até 50% do rebanho local poderão morrer por falta de água e comida.



"A situação é muito preocupante. Há um ano não chove na região e os reservatórios que abastecem a zona rural, onde vivem cerca de 2,5 mil pessoas, estão secos. Lá, o abastecimento é feito por meio de carros-pipa", disse o secretário à Agência Brasil.



Rosalba Ciarlini: " A seca não é novidade e o sertanejo já está acostumado" Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press

Até o fim de abril, a Secretaria Estadual de Agricultura estimava que só os efeitos da estiagem sobre a produção agrícola provocariam uma queda de R$ 2,5 bilhões a R$ 3,5 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) estadual. De acordo com a Emater-RN, empresa de extensão rural local, até abril, em todo o estado, 878 mil bovinos, 396 mil caprinos, 546 mil ovinos e 161 mil suínos haviam sido afetados pela seca, com a perda de produção e a consequente falta de alimentos.



Segundo a governadora Rosalba Ciarlini (DEM), o problema, contudo, não é propriamente a seca, algo com que, segundo ela, o sertanejo potiguar já está acostumado, mas sim "a falta de infraestrutura hídrica" adequada, ou seja, de distribuição. "A seca não é novidade. É o nosso clima", disse a governadora, segundo nota publicada no site dogoverno estadual.



"Temos que pensar uma forma de desenvolver infraestrutura hídrica que leve água às cidades, fortalecendo o campo. Estamos vivenciando a maior seca e ela não vai acabar agora. Sabemos que a cada dia teremos mais situações realmente de calamidade", conclui a governadora.



Para minimizar os impactos da falta d´água e socorrer os pequenos agricultores, o governo estadual prometeu começar, imediatamente, a construir 2.800 cisternas; restaurar parte dos quase 800 poços artesianos que não estão sendo utilizados, embora tenham sido perfurados e fornecer dessalinizadores para as cidades em que os poços que estão com a água salgada.



O governo estadual também garantiu a retomada das obras para a conclusão e operacionalização do sistema adutor do Alto Oeste, que beneficiará as cidades da região oeste do estado, entre elas Luiz Gomes e Antônio Martins, e a retomar, no próximo sábado , as obras de construção e conclusão de pequenos sistemas adutores na região do Seridó.



Também foi anunciada a antecipação do pagamento do Seguro Safra, que, de acordo com o governo estadual, deverá beneficiar mais de 37 mil famílias de 117 municípios. Cada família beneficiada receberá, a partir de junho, cinco parcelas de R$ 136. As famílias necessitadas que não tiverem direito ao seguro poderão recorrer a outro programa, chamado Bolsa Estiagem, pelo qual poderão receber R$ 400 divididos em cinco parcelas. 

fonte: diário de natal




fofo
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