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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Potiguares conectados


Internet para o povo
Acesso à rede mundial de computadores cresceu 12% entre 2005 e 2010 no RN, mas chega a apenas 20% dos lares
Paulo Nascimento // Especial para O Poti



Um grande salto, mas que ainda está distante do ideal. Os números apresentados em pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam para um crescimento de aproximadamente 12% no número de domicílios com acesso à internet no Rio Grande do Norte entre 2005 e 2010. Ainda assim o número é considerado baixo e um tanto distante da média apresentada no Brasil. Os índices de bens duráveis confirmam a tese. Entre todos os pesquisados pelo instituto (geladeira, rádio, aparelho de televisão, etc), os índices de computadores e acesso à internet nas residências no Estado estão nas duas últimas posições, com respectivamente 25,40% (228.502 domicílios) e 19,88% (178.906) no universo de pouco mais de 899 mil domicílios encontrados em solo potiguar. O destaque acima da média fica por conta de Parnamirim, que contabiliza mais de 28 mil domicílios particulares (47%) com microcomputadores.

A presença dos computadores nas casas dos brasileiros praticamente triplicou nos últimos dez anos. As máquinas, porém, ainda não estão sequer em 50% das residências, alcançando hoje pouco mais de 38%, sendo que cerca de 30% têm acesso à rede mundial de computadores. Os números divulgados pelo IBGE, pesquisados no Censo 2010 (o primeiro a utilizar o critério de acesso à internet), apontam para uma presença de computadores em maior escala na região Sudeste, com 48% das casas com PCs e 39,6% com acesso à rede. A situação mais crítica com relação à inclusão digital encontra-se nas regiões mais pobre do Brasil: Norte e Nordeste. Ambas estão consideravelmente abaixo da média nacional, com 22,7% e 21,2% das residências com a presença do aparelho e apenas 15,4% e 16,8% do total apurado com acesso à internet, respectivamente.

A previsão, no entanto, é que este quadro melhore pelo menos na Região Metropolitana de Natal. A integração de vários projetos capitaneados pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) pode alterar a relação dos moradores e, principalmente, dos grandes órgãos privados e públicos com o acesso à internet, que hoje é lugar-comum ser considerado caro e de pouca qualidade.

O projeto da rede GigaNatal, que nasceu a partir de um programa federal de tornar as capitais do país "digitais", já está em funcionamento e com vistas de expansão para beneficiar inúmeros outros pontos, além do que o original previa. "A missão original era oferecer internet de banda larga para instituições federais instaladas na cidade. Interligar através de fibra ótica, por exemplo, o campus da UFRN com outros prédios do órgão como a faculdade de odontologia e o HUOL [Hospital Universitário Onofre Lopes]. A instalação da rede de fibra ótica começou em 2007 e hoje já temos mais de 40 km por toda cidade", explicou o professor doutor Edson Moreira Neto. 

Graduado em ciências da computação, com mestrado e doutorado na área de engenharia de redes, Edson é um dos integrantes do Ponto de Presença da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa no RN (PoP-RN), onde ocupa a função de coordenador técnico. O PoP-RN é responsável por gerenciar a Rede GigaNatal e também o projeto Metrópole Digital. E é destas duas veias que estão previstos saírem inúmeras ações relacionadas com a inclusão digital. Integrante da Redecomep (Redes Comunitárias de Educação e Pesquisa), o projeto GigaNatal já conta com a participação de inúmeras outras instituições de fora do âmbito público, além de ligar as instituições públicas federais instaladas em Natal.

"O projeto já funciona como um consórcio de instituições. Temos parceria com a Petrobras, a Liga Contra o Câncer, o CTGás e também instituições privadas como a UnP (Universidade Potiguar) e a Uni-RN (Centro Universitário do RN). A manutenção da rede é dividida entre todos", conta o coordenador. Além dos já citados, integram a GigaNatal a Faculdade de Natal (FAL), o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - Centro Regional de Natal (Inpe - CRN).
FONTE: DIÁRIO DE NATAL


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