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domingo, 13 de maio de 2012

Maioria das mulheres se recusa a ter filhos através do parto normal


Médicos e futuras mães preferem o parto cesariano. Em 2010, foi constatado que 52% das mulheres realizaram parto com intervenção cirúrgica.

Por Lara Paiva
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Reprodução
A ponte que faz o primeiro contato entre a mãe o seu filho é o parto. Para esse momento, vários cuidados precisam ser tomados. Muitos médicos e especialistas falam que o melhor para a mulher é o parto natural ou normal, como é mais conhecido, sem intervenção cirúrgica. 

No Brasil, médicos e futuras mães preferem fazer o parto cesariano, que utiliza procedimentos cirúrgicos para a retirada do bebê. Em 2010, o Ministério da Saúde constatou que 52% das mulheres realizaram parto cesariano, sendo que 82% são feitos por hospitais da rede privada. 

“O parto cesariano é o mais escolhido, porque é conveniente para os médicos, além de ser rápido e remunerativo. As mulheres e médicos não têm informações de qualidade. Ou seja, não recebem informações objetivas e imparciais”, disse Adriana Tanese Nogueira, coordenadora da Organização Não Governamental (Ong) Amigas do Parto.

Quando a mulher entra em processo de parto, esta libera o hormônio da ocitocina no qual permite as contrações da parede uterina. Em seguida, o saco amniótico, estrutura que protege o feto durante os nove meses de gravidez, é rompido. Assim, faz com que o bebê seja “empurrado” do útero. 

Alguns médicos tentam convencer as mães a realizarem o parto humanizado, uma forma de fazer com que o parto normal seja mais “humano”. Quer dizer, que atenda às questões fisiológicas da mulher. Além disso, eles dão menos riscos a elas. 

“É aquele parto no qual mãe e bebê são respeitados como seres físicos, emocionais, espirituais. Logo, é preciso que a mulher tenha liberdade para realizar o parto, sendo os profissionais ajudantes no processo. O parto é da mulher, não do médico”, respondeu Andreia.

O parto humanizado recomenda que o ato não tenha cortes, anestesias ou qualquer intervenção cirúrgica. Os médicos, especializados no assunto, aconselham que esses partos possam ser feitos em casa ou hospital, podendo ser dentro do centro cirúrgico ou no apartamento. A mulher pode realizar a atividade deitada numa cama, em pé ou dentro de uma banheira d’água. 

Apesar disso, muitos confundem o parto humanizado com o parto domiciliar, aqueles feitos em casa. Andreia Nogueira explicou o porquê das pessoas confundirem: “A confusão quando vem dos órgãos oficiais da medicina, eles criam estereótipos com o intuito de desacreditar o parto humanizado, porque o domiciliar já é alvo de preconceitos e medos”, respondeu.

Andreia recomenda que os partos normais humanizados sejam feitos em casa, porque é um espaço que a mãe se sente confortável. Mas, isso não quer dizer que as mulheres possam se sentir desconfortável no quarto de hospital. De acordo com a coordenadora da ONG Amigos do Parto, o parto domiciliar está com uma demanda crescente, apesar de muitos médicos criticarem a realização dele.

“Muitos profissionais que atendem partos domiciliares estão sendo perseguidos pelos colegas. As academias médicas não ensinam seus estudantes a acompanhar partos domiciliares”, disse Nogueira.

O acompanhamento desses tipos de partos é feito por uma obstetra ou uma parteira e estas são acompanhadas por uma doula, que são enfermeiras que vão auxiliar as futuras mamães na hora do parto. 

O Parto Normal tem as seguintes vantagens: recuperação rápida, não há dor, rápido retorno das atividades e participação ativa do nascimento do filho. 

“As pessoas tem medo do parto normal por ignorância, falta de informação, e de educação. A sociedade moderna alienou as mulheres dos ritmos femininos. Menstruação, parto e aleitamento viraram bichos de sete cabeças, mas não são. São fácil de vivê-los se tivermos o suporte emocional e as informações qualificadas”, respondeu.

FONTE: NOMINUTO.COM
 

 

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