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quinta-feira, 22 de março de 2012

Em sete anos, 64 milhões de pessoas migraram para faixas mais altas de renda

Nos últimos sete anos, 64 milhões de brasileiros ascenderam de faixa de renda. “Isto representa o tamanho da Itália”, comparou Marcos Westphalen Etchegoyen, diretor-presidente da Cetelem BGN, empresa do grupo financeiro BNP Paribas, ao apresentar nesta quinta-feira (22) a pesquisa O Observador Brasil 2012, em parceria com o Instituto Ipsos Publics Affairs.


O levantamento é uma amostra da estratificação social obtida após l,5 mil entrevistas. Foram ouvidos brasileiros com mais de 16 anos em 70 cidades, no período de 17 a 23 de dezembro do ano passado. Os dados servem para subsidiar as decisões da empresa, em especial, quando pretende explorar um novo nicho de mercado ou expandir negócios em andamento.

Segundo a pesquisa, de 2005 até 2011, enquanto diminuiu a parcela da população mais pobre (de 51% para 24%), cresceu o universo dos mais ricos (de 15% para 22%) e, também, da classe média (de 34% para 54%), que passou a ser maioria no país. Há sete anos, havia 92,9 milhões de pessoas classificadas como baixa renda. Esse número caiu praticamente à metade no ano passado (45,2 milhões).

Já a parcela mais abastada da população subiu de 26,4 milhões para 42,4 milhões de brasileiros no período pesquisado. Mas o maior contingente está mesmo na chamada classe C, que passou de 62,7 milhões para 103,05 milhões. Na classe C, o ganho familiar médio mensal cresceu de R$ l,3 mil para R$ l,45 mil entre 2010 e 2011. Na média de todas as classes socioeconômicas, a renda média subiu de R$ 1,5 para R$ l,6 mil.

Esses números, na opinião de Westphalen, mostram “uma consolidação da elevação da faixa de renda”. Mas ele destacou que há um comportamento mais cauteloso dos consumidores. Na média, todas as classes de renda mantiveram estabilidade nos gastos, com exceção da classe C. Não foi observada mudança em relação ao consumo em supermercados, de energia, gás, água, transporte e remédios. Já os gastos com moradia, principalmente com aluguel, aumentaram 14% em relação a 2011.

Os gastos com prestação de imóveis aumentaram, em média, 23%. Também pesaram mais no orçamento das famílias as despesas com serviços domésticos (+29%). A pesquisa aponta ainda que a melhoria de renda elevou o desejo das pessoas de comprar móveis e eletrodomésticos. Já nas classes A e B foi detectada a intenção de comprar à vista de imóveis e carros.

De acordo com as previsões do vice-presidente da Cetelem, Miltonleise Filho, este ano, o consumo dos brasileiros vai se manter em alta por causa da melhoria da renda. Mas ele alerta que essa disposição de consumir vai ser menor, porque muita gente já comprometeu o orçamento deste ano com financiamentos de longo prazo (para comprar imóveis, carros e eletroeletrônicos, por exemplo).

Da Agência Brasil

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